O oftalmopediatra é o médico especializado na saúde ocular de bebês e crianças, contribuindo tanto no diagnóstico quanto no tratamento.
Muitas vezes, os primeiros sinais de problemas oculares nas crianças são sutis, sendo que saber identificá-los é fundamental para intervenção precoce, que está diretamente relacionada ao desenvolvimento saudável da visão.
O que é oftalmopediatra?
O oftalmopediatra, também chamado de oftalmologista infantil ou oftalmologista pediátrico, é o profissional dedicado à avaliação ocular, prevenção, diagnóstico, tratamento e acompanhamento de problemas oculares nos bebês e crianças.
Ele é formado em medicina, com residência médica em oftalmologia e especializado em oftalmologia infantil, além de um aperfeiçoamento contínuo para se manter atualizado quanto às novidades da área.
O oftalmologista pediatra é quem faz as consultas e exames oculares de rotina na infância, como na primeira avaliação entre os 6 e 12 meses e na segunda entre os 3 e 5 anos da criança.
Caso sejam identificadas alterações nas consultas de rotina, o oftalmologista infantil poderá solicitar exames adicionais para realização do diagnóstico, bem como prescrever e acompanhar o tratamento oftalmológico.
7 sinais para ir ao oftalmopediatra
Além das avaliações periódicas recomendadas pela Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica (SBOP), o oftalmopediatra deve ser procurado caso os pais, responsáveis e cuidadores identifiquem alterações visuais.
Conheça a seguir quais são os principais sinais que justificam uma consulta com o oftalmologista pediátrico fora do calendário regular recomendado pela SBOP.
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1. Alterações físicas nos olhos
Os pais devem ficar atentos para alterações físicas nos olhos que podem ser a única indicação de alterações visuais na primeira infância.
Até os seis meses, devido ao desenvolvimento neuromotor, as crianças podem apresentar desvio dos olhos intermitentes (ora os olhos estão alinhados ora desalinhados). Entretanto, após os seis meses, se o desvio, horizontal ou vertical, permanecer, deve-se consultar o oftalmopediatra com urgência para investigação do quadro.
2. Atraso no desenvolvimento das habilidades
A saúde visual influencia diretamente no desenvolvimento das habilidades do bebê nos primeiros meses de vida. Dessa forma, são sinais de alerta durante o primeiro ano da criança:
- não fazer contato visual depois dos 2 meses;
- não apresentar sorriso social ou percepção das mãos após os 3 meses;
- não interagir e pegar brinquedos após os 6 meses;
- não reconhecer rostos e expressões após os 11 meses.
Não apresentar essas habilidades no tempo regular indica que o bebê enfrenta alguma restrição para seu pleno desenvolvimento, podendo estar relacionada a problemas de visão.
3. Incômodo recorrente nos olhos
Mesmo nas crianças pequenas, mas especialmente quando elas começam a crescer, pode haver incômodos com os olhos, o que exige atenção dos pais.
Entre os incômodos com os olhos que motivam uma consulta com o oftalmologista infantil incluem-se vermelhidão, coceira recorrente, lacrimejar, dor ou ardência nos olhos e sensibilidade exagerada à luz (fotofobia).
4. Dores de cabeça
As crianças também podem ter dor de cabeça relacionada a problemas na visão. Se elas forem recorrentes, é fundamental buscar ajuda especializada.
Em crianças mais velhas, elas podem conseguir verbalizar que estão com dor. Mas entre os menores alguns sinais associados à dor de cabeça incluem abatimento, fotofobia, querer dormir mais, pedir para não ir para escola, olhos fundos e cansados e aversão a lugares barulhentos.
5. Comportamentos peculiares para enxergar
Principalmente na infância há uma grande capacidade adaptativa.
Como a criança não tem referência de visão saudável, ela começa a desenvolver comportamentos distintos para conseguir enxergar melhor.
Nessa linha, são sinais de alerta para os pais a criança ocluir um dos olhos para conseguir focar em algum objeto, entortar a cabeça para conseguir ver melhor ou desenvolver o hábito de apertar os olhos e franzir a testa para melhorar a visão.
6. Dificuldade de aprendizado na escola
É comum descobrir problemas visuais na fase de alfabetização, pois a criança começa a ter prejuízos no aprendizado em relação aos colegas de sala.
Nesses casos, a criança apresenta concentração reduzida e comprometimento do desempenho nas tarefas e na compreensão dos conteúdos, pois essas atividades estão diretamente relacionadas com a capacidade de enxergar bem.
Ao identificar esse contexto em crianças em fase escolar é importante fazer uma avaliação oftalmológica para verificar a presença de quadros como miopia, hipermetropia ou astigmatismo.
7. Problemas de socialização
Uma conexão nem sempre estabelecida pelos pais é que problemas na socialização e isolamento da criança podem estar associados a alterações na visão.
No entanto, as crianças com dificuldade visual podem evitar atividades coletivas, como esportes ou brincadeiras, pois elas sentem dificuldade de acompanhar os movimentos ou identificar rostos e objetos.
Com isso, a criança pode desenvolver sentimentos de frustração, insegurança e isolamento, comprometendo suas relações, o desenvolvimento social e até a autoestima.
Estar atento a esses sinais é fundamental para que os pais consigam dar suporte à criança, compreendendo suas necessidades e buscando ajuda profissional.
A atenção aos indícios relacionados à deficiência visual desde os primeiros meses de vida até a vida escolar da criança é essencial para buscar auxílio oftalmológico com urgência.
Além disso, as consultas regulares com o oftalmopediatra, como prevê o calendário da SBOP, também será uma estratégia eficaz para evitar esses contextos que comprometem o desenvolvimento, aprendizado e socialização das crianças devido a problemas visuais não diagnosticados e tratados.
Referências:
- Dra. Vivian Onoda Tomikawa CRM/SP 104419
- Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica
- Dasa