Conhecer quais são os tipos de estrabismo é fundamental para buscar auxílio oftalmológico precoce, o que é indispensável na qualidade de vida do paciente, especialmente as crianças que são as mais afetadas pela condição.
Pais e responsáveis devem ficar atentos aos indicativos do estrabismo, que se manifesta de diferentes formas. Entenda a seguir quais são os tipos e como identificar o estrabismo infantil.
Quais são os tipos de estrabismo?
Existem diferentes tipos de estrabismo, sendo que a nomenclatura pode estar relacionada à direção do desalinhamento dos olhos ou pelas causas da alteração.
Estrabismo divergente
O estrabismo divergente, também chamado de exotropia ou olho errante, consiste nos quadros nos quais um olho se fixa em um ponto e o outro em um ponto externo, em direção à orelha ou têmpora.
Estrabismo convergente
O estrabismo convergente, também chamado de esotropia ou olho cruzado, ocorre quando o desvio é direcionado ao centro da face, em direção ao nariz.
A esotropia é dividida em subtipos, como a esotropia infantil, esotropia acomodativa (relacionada à hipermetropia) e paralisia do sexto nervo.
O estrabismo divergente e o estrabismo convergente são tipos de estrabismo horizontal.
Estrabismo vertical
O estrabismo também pode se manifestar com desvios verticais dos olhos, o que é mais raro.
Nesses casos, a hipertropia consiste no desalinhamento do olho para cima, enquanto a hipotropia ocorre quando o desvio é para baixo.
Nos quadros de estrabismo vertical, é comum o paciente apresentar diplopia, que é quando ele vê duas imagens do mesmo objeto, enxergando os objetos um em cima do outro.
Nesses casos, alterações comportamentais, como inclinar a cabeça para enxergar melhor, são indicativas de estrabismo e podem motivar os responsáveis a buscarem auxílio especializado.
Estrabismo intermitente
Entre os tipos de estrabismo também há o quadro chamado de intermitente, que é quando o desalinhamento dos olhos ocorre apenas em alguns momentos.
Em geral, o estrabismo intermitente está relacionado a determinadas situações, como estímulo por luz solar, cansaço, gatilhos emocionais e outras.
Estrabismo paralítico
O estrabismo paralítico é um tipo de estrabismo associado à paralisia total ou parcial de nervos que atuam ativamente nos movimentos oculares, como o III nervo craniano, também chamado de oculomotor, e os nervos cranianos IV e VI.
A alteração no nervo leva ao comprometimento dos movimentos oculares, sendo que a direção do desalinhamento será variável de acordo com qual o nervo que sofre a paralisia.
Ciclotropia
A ciclotropia é um tipo de estrabismo no qual há uma rotação anormal em um ou ambos os olhos que se movimentam em sentido horário ou anti-horário do eixo anteroposterior.
A ciclotropia apresenta subdivisões, como a exciclotropia (desvio externo) e inciclotropia (desvio interno).
Como identificar o estrabismo infantil?
O estrabismo ocorre em cerca de 2 a 4% da população, sendo que o desenvolvimento do quadro é mais comum durante a infância. Dessa forma, recomenda-se que a primeira consulta oftalmológica ocorra ainda no primeiro ano de vida.
Com a falta do tratamento para estrabismo, estima-se que 50% das crianças apresentem algum nível de perda de visão decorrente da ambliopia, que consiste na visão deficiente em um olho estruturalmente normal devido problemas durante os anos de desenvolvimento da visão.
O estrabismo infantil pode ser identificado a partir de uma série de indícios físicos e comportamentais da criança, incluindo:
- desalinhamento de um ou ambos os olhos;
- desvio visível no sentido interno, externo, superior ou inferior;
- dificuldade em focar objetos;
- relatos de visão dupla (diplopia), vendo um objeto em cima do outro ou lado a lado;
- inclinação ou rotação da cabeça;
- piscar frequente;
- cobrir um olho para enxergar melhor.
Em alguns casos, o desalinhamento mínimo ou intermitente, por exemplo, pode dificultar a identificação de alterações por parte dos pais ou responsáveis.
Dessa forma, tanto a consulta oftalmológica na primeira infância, como a observação dos comportamentos da criança são importantes para o diagnóstico precoce e, consequentemente, o tratamento adequado.
Qualquer criança pode desenvolver estrabismo, mas o quadro é mais recorrente em casos de paralisia cerebral, síndrome de Down, hidrocefalia e tumor cerebral, de forma que, em tais casos, a atenção deve ser maior e a avaliação oftalmológica é ainda mais importante.
Há um risco maior quando algum parente próximo, principalmente os pais, tiverem estrabismo ou relatarem uso de tampão na infância.
O tratamento para estrabismo varia enormemente de acordo com o diagnóstico e as causas do problema, sendo que apenas o oftalmologista responsável poderá indicar a abordagem mais adequada.
Entre os tratamentos disponíveis para o estrabismo infantil destacam-se os exercícios oculares, tampão ocular, óculos com lentes corretivas e cirurgia de estrabismo para correção do desvio ocular.
Nos casos de estrabismo infantil é fundamental que o diagnóstico e tratamento ocorram antes dos 8 anos de idade para mitigar as chances de prejuízos permanentes ao desenvolvimento visual.
Caso suspeite de alterações oftalmológicas na primeira infância, agende uma consulta com oftalmologista infantil de confiança.
Referências:
- Dra. Vivian Onoda Tomikawa CRM/SP 104419
- Centro Brasileiro de Estrabismo
- Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica
