Estrabismo em bebês: como identificar e prosseguir?

Estrabismo em bebês
Estrabismo em bebês- Imagem por Freepik

O estrabismo é uma condição que acomete entre 3 a 4% das crianças, podendo estar relacionado a erros refrativos ou desequilíbrio dos músculos oculares.

O estrabismo em bebês mais comum é do tipo congênito ou infantil que se manifesta, em geral, até os 6 meses de vida. Outros tipos de estrabismo podem afetar pessoas de outras idades, tanto crianças como adultos.

Compreender melhor o quadro na infância é fundamental para qualidade de vida e tratamento apropriado para a criança.

É normal bebê com estrabismo?

Os bebês podem apresentar movimentos descoordenados dos olhos até os seis meses de vida porque os músculos dos olhos ainda não estão plenamente desenvolvidos. 

Esses casos são ainda mais comuns em bebês prematuros que, conforme se desenvolvem, adquirem domínio muscular sobre o movimento ocular.

Entretanto, se o estrabismo em bebês continuar após os seis meses, é necessário procurar assistência oftalmológica especializada.

Nesses casos, ele pode ser decorrente de problemas refrativos (relacionados a uso de óculos) ou por desequilíbrio muscular, sendo necessário o tratamento das causas para correção do desalinhamento dos olhos.

O estrabismo pode se manifestar de várias formas. Ele é horizontal convergente se o desvio é no sentido do nariz ou horizontal divergente se o desvio é no sentido das orelhas. O estrabismo vertical é menos comum, podendo o desvio ser para cima ou para baixo. Pode também haver associação de estrabismo horizontal e vertical. 

Como saber se o bebê é estrábico?

Devido ao período de desenvolvimento muscular após o nascimento, a avaliação oftalmológica para verificar se o bebê é estrábico deve ocorrer entre os 6 a 12 meses de vida.

Nessa idade já será possível realizar o exame oftalmológico completo que inclui: inspeção externa dos olhos e anexos, avaliação da função visual, verificação da motilidade e alinhamento ocular, refração e avaliação do fundo de olho (lembrando que é sempre necessário fazer a dilatação pupilar nesse momento).

Todas as crianças devem fazer o exame oftalmológico entre 6 a 12 meses, independentemente de apresentar sinais de alerta ou não, ser parte do grupo de risco para estrabismo ou ter histórico familiar.

Além disso, alguns sinais de alerta que devem ser observados pelos pais, responsáveis e cuidadores incluem:

  • olhos que se movimentam de forma dessincronizada;
  • dificuldade para enxergar ou pegar objetos que estejam próximos;
  • franzir e cerrar os olhos para enxergar melhor;
  • inclinar constantemente a cabeça para enxergar;
  • tampar um dos olhos para focar em algum objeto;
  • não reconhecer pessoas e expressões faciais após os 9 meses.

A identificação de qualquer um desses sinais deve motivar uma consulta urgente com o oftalmopediatra para avaliação especializada com realização do exame oftalmológico completo descrito anteriormente.

Como corrigir estrabismo em bebês?

A correção do estrabismo em bebês depende diretamente das causas do problema. Elas incluem, na maior parte dos casos, erros de refração e desequilíbrio da musculatura ocular.

Entretanto, outras causas associadas ao estrabismo na infância incluem doenças neurológicas, síndromes, prematuridade, defeitos oculares congênitos e paralisia cerebral.

Em caso de erros de refração, por exemplo, podem ser prescritas lentes corretivas ou uso de tampão.

Já para quadros causados por desequilíbrio muscular podem ser prescritos exercícios oculares ou a cirurgia para estrabismo, que pode ser realizada ainda na infância.

Apenas o oftalmopediatra, após avaliação completa, poderá determinar qual a conduta ideal para o caso.

Quando o estrabismo é preocupante?

O estrabismo em bebês é mais preocupante quando a condição não é corretamente tratada, podendo levar à ambliopia, ou olho preguiçoso, que pode resultar em problemas de visão permanentes.

No início do quadro de estrabismo, a criança apresenta visão dupla (diplopia). Para corrigir esse desconforto, o cérebro elimina uma imagem, suprimindo a visão do olho desviado. 

Com o tempo, desenvolve-se o quadro de ambliopia ou olho preguiçoso, com o cérebro sem conseguir processar as imagens captadas pelo olho desviado.

O desenvolvimento visual das crianças ocorre até próximo dos 8 anos, sendo fundamental que o tratamento da ambliopia seja realizado antes dessa idade. Esse tratamento é feito com o uso de óculos e tampão, e quanto mais cedo o início, melhores são os resultados. 

Por isso, tanto as consultas oftalmológicas regulares, quanto agendamentos emergenciais em caso de alterações percebidas pelos pais são fundamentais na promoção da saúde visual da criança.

Referências:

  1. Dra. Vivian Onoda Tomikawa CRM/SP 104419
  2. Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica
  3. https://www.cuf.pt/saude-a-z/estrabismo-na-crianca
  4. https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/problemas-de-sa%C3%BAde-infantil/dist%C3%BArbios-oculares-nas-crian%C3%A7as/estrabismo
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Dra. Vivian Onoda Tomikawa

18 anos de experiência adquiridos em centros de excelência como Hospital das Clínicas, Hospital São Luiz e Maternidade Star – Rede D´Or.
Formada na Medicina da USP, com residência em oftalmologia pelo Hospital das Clínicas-USP.
Oftalmologista do Hospital das Clínicas-USP, Hospital São Luiz e Maternidade São Luiz-Star.
Palestrante no Congresso de Oftalmologia da USP (2018, 2019 e 2022), um dos mais renomados do país
Membro do Centro Brasileiro de Estrabismo

Conheça a Dra.

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