Exame ocular infantil: como é feito e quando é indicado?

Exame de vista infantil
Exame de vista infantil- Imagem por Freepik

O exame ocular infantil é tão importante que o primeiro ocorre ainda na maternidade, nas primeiras 72 horas de vida do bebê.

Esse primeiro exame ocular é o Teste do Reflexo Vermelho (TRV), popularmente conhecido como “teste do olhinho”, que avalia se há falhas de visualização ou anormalidades no reflexo pupilar, podendo diagnosticar doenças como a catarata congênita, coriorretinite e retinoblastoma.

Além desse, outros exames oculares das crianças serão necessários ao longo de toda infância. Entenda mais a seguir.

Qual a idade para a criança fazer exame de vista?

A Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica (SBOP) disponibiliza um calendário com os exames oftalmológicos que devem ser feitos do primeiro ao quinto ano de vida.

Os exames oftalmológicos completos devem ser realizados no primeiro ano de vida da criança, preferencialmente entre 6 e 12 meses e, depois, entre 3 e 5 anos, preferencialmente aos 3. 

Esses exames são considerados rotineiros e preventivos, sendo importante realizá-los mesmo que não haja alterações nos exames anteriores ou comportamentos anormais por parte da criança.

Como é feito o exame ocular infantil?

O exame ocular infantil inclui várias etapas para uma avaliação mais completa e segura.

  • anamnese: é a entrevista inicial com o oftalmopediatra para compreensão do histórico médico da criança e histórico familiar;
  • exame externo: avaliação inicial da órbita, pálpebras, cílios, vias lacrimais, conjuntiva, córnea e íris;
  • motilidade ocular: verifica o alinhamento, movimento e capacidade de fixação para identificar desalinhamento, restrição do olhar ou nistagmo;
  • acuidade visual: avalia, de acordo com a idade, a resolução da visão para distinguir corretamente objetos, figuras, números ou letras;
  • biomicroscopia: verifica a integridade das estruturas oculares;
  • teste do reflexo corneano: avaliação do alinhamento ocular, verificando a presença e intensidade de desvio dos olhos;
  • inspeção das pupilas e reflexos pupilares: avalia se há alterações na pupila como de forma, posição, tamanho e cor;
  • teste de oclusão: avalia cada olho de forma alternada para identificar a incidência de estrabismo ou se um olho tem visão alterada em relação ao outro;
  • exame de refração: utiliza colírio (cicloplegia) para verificar a presença de problemas refrativos como miopia, astigmatismo e hipermetropia;
  • fundoscopia ou oftalmoscopia: exame para avaliar o fundo dos olhos, incluindo retina, vasos retinianos e nervo óptico para identificar condições como retinopatia e retinoblastoma. É realizado com dilatação da pupila.

Todas essas avaliações são necessárias para garantir a integridade visual da criança e a verificação total da estrutura do conjunto ocular.

O oftalmopediatra é o mais qualificado para realizar o exame ocular infantil completo, pois além da experiência, o que garante avaliação compatível com a idade, ele utiliza de meios lúdicos para despertar o interesse e colaboração da criança durante os testes necessários.

Os exames que exigem uso de colírio são importantes na avaliação oftalmológica infantil. A aplicação do colírio causa ardência passageira e, em seguida, desconforto visual.

Apesar desses incômodos gerados na criança, é fundamental que os pais colaborem com o profissional para realização do exame de vista completo.

Sinais de alerta para levar a criança para fazer um exame ocular

As crianças, principalmente as menores, não conseguem expressar verbalmente incômodos com a visão.

Os pais e responsáveis precisam estar atentos aos sinais de alerta observando o comportamento e o desenvolvimento da criança. Alguns indícios que justificam procurar o oftalmologista além das consultas rotineiras citadas anteriormente incluem:

  • não fazer contato visual até os dois meses de vida;
  • não ter sorriso social até os três meses;
  • não ter percepção das próprias mãos até três meses;
  • não interagir e pegar brinquedos até os seis meses;
  • não identificar rostos conhecidos e expressões aos 11 meses; 
  • não acompanhar movimentos e luz no ambiente;
  • apresentar pupila esbranquiçada em fotos.

Em crianças um pouco mais velhas, em idade de alfabetização, alguns sinais de alerta incluem dores de cabeça, vermelhidão ou coceira nos olhos, lacrimejar com frequência, dificuldade de aprendizado, entre outros.

Os sinais de alerta podem ser tanto comportamentais, quanto no aprendizado e na sociabilidade das crianças.

A atenção a esses indicativos é fundamental, pois o diagnóstico precoce e início do tratamento de distúrbios visuais são importantes tanto na qualidade de vida da criança quanto na prevenção de problemas oftalmológicos de longo prazo ou permanentes.

Referências:

  1. Dra. Vivian Onoda Tomikawa CRM/SP 104419
  2. Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica

Picture of Dra. Vivian Onoda Tomikawa
Dra. Vivian Onoda Tomikawa

18 anos de experiência adquiridos em centros de excelência como Hospital das Clínicas, Hospital São Luiz e Maternidade Star – Rede D´Or.
Formada na Medicina da USP, com residência em oftalmologia pelo Hospital das Clínicas-USP.
Oftalmologista do Hospital das Clínicas-USP, Hospital São Luiz e Maternidade São Luiz-Star.
Palestrante no Congresso de Oftalmologia da USP (2018, 2019 e 2022), um dos mais renomados do país
Membro do Centro Brasileiro de Estrabismo

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