Uso de telas prejudica a visão?

Uso de telas prejudica a visão?
Uso de telas prejudica a visão?- Imagem por Freepik

O uso de telas em excesso, especialmente na infância, tem preocupado pais e especialistas por diferentes razões, desde o desenvolvimento cognitivo e socialização das crianças, até a elevação dos problemas de visão associados ao uso demasiado de telas.

Nos últimos 5 anos, no Brasil, a prescrição de óculos para crianças entre 6 e 8 anos triplicou devido ao aumento de quadros de miopia. A principal causa desse aumento é o uso demasiado de telas.

Entender como as telas afetam e prejudicam a visão e como minimizar a exposição de crianças é indispensável para o desenvolvimento saudável e maior qualidade de vida.

Como as telas afetam a visão?

O uso excessivo de telas, especialmente por crianças menores de 10 anos, pode trazer sérios problemas à visão, tanto no curto quanto no longo prazo.

O esforço constante para focar em atividades de perto, como assistir a vídeos ou jogar no celular, pode levar ao aumento do comprimento do olho, resultando em miopia ou agravando o grau em casos já existentes. 

Adicionalmente, o tempo prolongado de exposição diante de telas reduz a frequência de piscar, causando sintomas de olho seco.

Ambientes fechados, especialmente se com ar-condicionado, comuns durante o uso de dispositivos, também agravam esses efeitos, aumentando a evaporação da lágrima e o desconforto ocular. 

Por sua vez, a falta de exposição a longas distâncias que relaxam os olhos, comuns em ambientes externos e ao ar-livre, compromete o equilíbrio visual.

Na infância, esses impactos são ainda mais preocupantes, pois a visão está em desenvolvimento. 

O aumento dos casos de miopia entre crianças também é preocupante a longo prazo. A alta miopia aumenta o risco de problemas oculares graves, como glaucoma e catarata.

Problemas causados pelo uso excessivo de telas na infância​

O uso excessivo de telas na infância pode causar diversos problemas que afetam a saúde visual, mas também está associado a outros problemas no desenvolvimento das crianças. 

A vista cansada, conhecida como cansaço visual digital, ocorre devido ao esforço prolongado para focar nas telas, resultando em dores de cabeça, olhos secos, sensação de areia nos olhos e visão embaçada. Esse problema é intensificado pela falta de pausas regulares durante o uso, o que é característico do uso de telas por crianças.

Além disso, a exposição prolongada à luz azul emitida por dispositivos eletrônicos, especialmente à noite, interfere na liberação de melatonina pela glândula pineal, prejudicando o sono.

Isso pode dificultar o adormecer e reduzir a qualidade do descanso, o que é particularmente grave no caso de crianças que ainda estão em fase de desenvolvimento, com comprometimento da imunidade e formação da memória, por exemplo.

Outro impacto significativo é no campo cognitivo e social. Estudos mostram que a exposição exagerada a telas na primeira infância está associada a atrasos no desenvolvimento da linguagem, dificuldades de socialização e menor capacidade de concentração. 

Portanto, é importante entender o uso de telas na infância em sua complexidade.

No entanto, ao privar completamente as crianças do uso de dispositivos digitais, pode-se limitar seu aprendizado tecnológico, o acesso à informação e o desenvolvimento de habilidades digitais e oportunidades de socialização.

Portanto, é importante que pais e responsáveis desenvolvam estratégias compatíveis com a idade da criança para limitar o uso de telas, sem precisar excluí-las. 

Como reduzir o uso de tela entre crianças?

As recomendações de tempo de uso de telas por crianças variam conforme a faixa etária. É importante considerar que o tempo inclui celulares, videogames, televisão e computadores.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), crianças menores de 2 anos não devem ser expostas a telas. Já entre 2 e 5 anos, o tempo de tela deve ser limitado a, no máximo, uma hora por dia. 

A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), também orienta que crianças menores de 2 anos não tenham contato com telas ou videogames.

Entre 2 e 5 anos, o uso de telas deve ser limitado a até uma hora por dia e entre 6 e 10 anos, recomenda-se um tempo de tela entre uma e duas horas diárias. 

Com crianças maiores, a partir dos 6 anos em média, é possível que os pais estabeleçam combinados com os filhos, visando não apenas a redução do tempo de tela, como também estimular a autorresponsabilidade e a confiança mútua.

Também é fundamental que a criança tenha um ambiente propício para brincar e incentivo para realização de brincadeiras e atividades sem tela e, preferencialmente, ao ar livre.

Em todas as idades, é importante que o uso de dispositivos eletrônicos por crianças seja supervisionado por adultos, garantindo que o conteúdo seja adequado à idade e tempo de tela limitado.

Durante a infância, especialmente nos anos escolares, é fundamental que as consultas com oftalmologista pediátrico sejam anuais visando a prevenção e diagnóstico precoce de alterações visuais.

Referências:

https://cerof.ufg.br/n/178873-uso-excessivo-de-telas
https://bos.org.br/entenda-como-uso-excessivo-de-telas-pode-prejudicar-a-visao/
https://www.instagram.com/dra.vivianotomikawa/

Dra. Vivian Onoda Tomikawa

18 anos de experiência adquiridos em centros de excelência como Hospital das Clínicas, Hospital São Luiz e Maternidade Star – Rede D´Or.
Formada na Medicina da USP, com residência em oftalmologia pelo Hospital das Clínicas-USP.
Oftalmologista do Hospital das Clínicas-USP, Hospital São Luiz e Maternidade São Luiz-Star.
Palestrante no Congresso de Oftalmologia da USP (2018, 2019 e 2022), um dos mais renomados do país
Membro do Centro Brasileiro de Estrabismo

Conheça a Dra.

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