A cirurgia de estrabismo está entre as principais opções de tratamento para a condição que resulta no desvio dos olhos.
O quadro, que acomete principalmente crianças, precisa ser avaliado por um especialista com rapidez, para evitar complicações, como a perda parcial ou total da visão.
Entenda melhor a cirurgia de estrabismo a seguir, procedimento que pode ser realizado em crianças e adultos.
Quando é indicada a cirurgia de estrabismo?
A indicação da cirurgia de estrabismo depende de avaliação oftalmológica completa para compreensão do tipo de estrabismo, gravidade do quadro, riscos associados e alinhamento das expectativas com o resultado do procedimento cirúrgico.
Ela é indicada principalmente para casos nos quais o estrabismo é causado por desequilíbrio muscular nos olhos, não relacionado a erros de refração.
Quando o estrabismo é resultante do desequilíbrio nos músculos que controlam o movimento dos olhos, a cirurgia visa ajustar a posição dos olhos aumentando ou diminuindo a força desses músculos.
Entretanto, quando o estrabismo é causado por erros de refração, como hipermetropia, os tratamentos indicados incluem óculos e lentes de contato.
A cirurgia é benéfica principalmente quando o desvio ocular causa visão dupla (diplopia), mas mesmo se não houver diplopia, devemos considerar os impactos à qualidade de vida do paciente, no aspecto estético, social e emocional.
Como é feita a cirurgia de estrabismo?
A cirurgia de estrabismo deve ser realizada em ambiente hospitalar com anestesia geral. Ela tem duração média de duas horas.
Para acessar os músculos extra-oculares não são necessários cortes na pele ou a retirada do globo ocular. O cirurgião tem acesso aos músculos fazendo uma pequena incisão na conjuntiva, a “pele branca do olho”.
As duas técnicas mais comuns na cirurgia de estrabismo são o recuo e a ressecção. No recuo, o objetivo é recolocar o músculo em uma posição mais posterior, afrouxando sua ação e alterando o local de fixação do olho. Já na ressecção, o objetivo é encurtar o músculo para aumentar sua tensão e fortalecer sua ação.
Em ambos os casos, a alteração do músculo resulta na correção do alinhamento ocular, corrigindo o desvio.
Quais são os riscos da cirurgia de estrabismo?
Os riscos da cirurgia de estrabismo são raros e incluem infecção, sangramento e visão dupla temporária. Complicações graves, como perda da visão, são extremamente raras.
Apesar de ser uma cirurgia relativamente simples e de rápida recuperação, com taxas de sucesso ao redor de 80% dos casos, todo procedimento cirúrgico apresenta riscos que devem ser discutidos com o médico no pré-operatório.
Os cuidados pós-operatórios também são importantes para minimizar as chances de complicações posteriores à cirurgia.
Como fica o olho logo depois da cirurgia de estrabismo?
Após a cirurgia de estrabismo, é normal que haja alguns incômodos no olho operado, incluindo vermelhidão, inchaço e dor leve. Também pode ocorrer visão embaçada e visão dupla temporariamente.
Como é a recuperação da cirurgia de estrabismo?
Nos primeiros dias após a cirurgia de estrabismo os cuidados pós-operatórios incluem o uso de colírios prescritos (antibiótico e anti-inflamatório), repouso leve, evitar atividades físicas intensas e proteger os olhos de irritações e da luz solar intensa.
O tempo de recuperação varia de 4 a 6 semanas, com melhora gradual da visão e do alinhamento ocular. Em alguns pacientes, os incômodos pós-operatórios são mais persistentes, podendo durar alguns meses.
Nesse período, as consultas regulares com o oftalmologista são fundamentais para monitorar a evolução pós-cirúrgica.
Há diferenças na cirurgia de estrabismo em crianças?
A cirurgia de estrabismo em crianças é semelhante a realizada em adultos, entretanto, pode demandar cuidados adicionais por parte dos pais e supervisão constante.
Em geral, há relatos apenas de dor leve no pós-cirúrgico, o que pode ser controlado com uso de analgésicos prescritos.
No período pós-operatório será importante para boa recuperação da criança que seja feito o uso correto dos colírios e medicações prescritas e repouso.
A recuperação deve ser acompanhada por oftalmologista infantil especialista em estrabismo para monitoramento do progresso.
Referências:
- Dra. Vivian Onoda Tomikawa CRM/SP 104419
- Centro Brasileiro de Estrabismo
- Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica