Tampão no olho: quando e por que seu filho deve usar?

Criança com Tampão no olho
Criança com Tampão no olho- Imagem por Freepik

O tampão de olho é um recurso fundamental no tratamento de problemas visuais e oculares na infância, ajudando, inclusive, a prevenir a perda de visão.

Conhecer em quais situações o tampão ocular é necessário e a importância do uso correto é essencial para que pais e filhos juntem suas forças para um tratamento oftalmológico de sucesso. Saiba mais a seguir!

Tratamento oftalmológico com tampão no olho

O tampão de olho na infância vai ser indicado, majoritariamente, no tratamento de condições visuais e oculares como a ambliopia e o estrabismo. Entretanto, existem outros cenários possíveis. Conheça a seguir.

Ambliopia

A ambliopia, ou “olho preguiçoso”, ocorre quando um dos olhos não atinge a acuidade visual normal, mesmo com o uso de óculos.

O problema é uma das principais causas de perda visual em crianças, mas felizmente pode ser tratada, especialmente se detectada precocemente, antes dos 8 anos.

A ambliopia, geralmente, está associada a fatores como estrabismo, anisometropia, que consiste em graus diferentes entre os olhos, e privação visual, como quando algo bloqueia a entrada de luz no olho, como é o caso de pacientes com catarata congênita.

O tampão ocular é um dos tratamentos mais eficazes para ambliopia. Ele deve ser usado sobre o olho saudável, estimulando o cérebro para desenvolvimento visual do olho com baixa visão.

Quanto mais precocemente a criança inicia o tratamento, maiores são as chances de recuperação, pois até os 8 anos, em média, o sistema visual ainda está em desenvolvimento.

Entre os sinais de alerta para ambliopia incluem-se a dificuldade para avaliar distâncias, inclinar a cabeça ou fechar um olho para enxergar melhor.

O tempo necessário de uso do tampão varia com a gravidade da ambliopia. O tratamento ainda pode ser associado ao uso óculos ou colírios.

A falta de tratamento adequado à ambliopia pode levar à perda de visão permanente. Se o cérebro não é estimulado a usar o olho com baixa visão, ele passa a desconsiderar a imagem capturada por esse olho, levando a perda de visão. 

Estrabismo

O estrabismo consiste em um desalinhamento ocular causado por desequilíbrio nos músculos que controlam os olhos. 

O problema pode aparecer nos primeiros meses de vida e, se não tratado, levar à ambliopia, que compromete a visão do olho afetado.

O uso do tampão ocular no tratamento do estrabismo tem como objetivo prevenir ou tratar a ambliopia associada. Assim, ele também é usado sobre o olho saudável, estimulando o olho desviado e ajudando o cérebro a processar melhor as imagens.

Nesses casos, o tampão não corrige o estrabismo em si, sendo necessário, em muitos casos, recorrer à cirurgia de estrabismo. A abordagem cirúrgica, no entanto, não exclui a necessidade de utilização do tampão no olho.

Pais devem observar sinais como olhos desalinhados ou visão dupla em crianças maiores de 6 meses. A detecção precoce, preferencialmente antes dos 8 anos, é essencial para evitar complicações e preservar a saúde visual da criança no longo prazo.

Hiperbilirrubinemia

A hiperbilirrubinemia é uma condição comum em recém-nascidos, caracterizada pelo aumento da bilirrubina no sangue. Sua principal causa é a icterícia, associada ao leite materno, que dificulta a eliminação desse pigmento pelo fígado.

O tratamento padrão é a fototerapia, onde o bebê é exposto a luzes especiais para quebrar a bilirrubina em formas mais fáceis de eliminar.

Durante o procedimento, o tampão ocular é usado para proteger os olhos do recém-nascido, protegendo contra danos na retina causados pela luz intensa, garantindo um desenvolvimento visual saudável.

Trata-se, portanto, de um uso mais pontual do tampão, mas indispensável para a segurança do bebê e a eficácia do tratamento.

Pós-cirúrgico

O tampão ocular é frequentemente utilizado no pós-operatório de cirurgias oftalmológicas, como de correção do estrabismo, para proteger os olhos durante a recuperação.

O objetivo do acessório é evitar lesões, infecções e exposição a fatores externos que podem interferir na cicatrização.

O tempo de uso varia de acordo com o tipo de cirurgia, sendo que pode ir de 24 a 48 horas até usos mais prolongados, por até uma semana.

Como fazer o uso correto do tampão ocular na infância?

Convencer as crianças a usarem o tampão de olho pode ser desafiador, especialmente devido ao desconforto ou vergonha diante dos colegas. 

Esse tratamento é particularmente dependente da colaboração da criança, pois o uso do tampão pode ser necessário de meses até anos, com o uso contínuo por várias horas por dia.

Algumas recomendações podem ajudar no engajamento da criança com o tratamento, impactando positivamente os resultados:

  • apresentar o tratamento com clareza e positividade, explicando para criança de forma simples e calma sobre a importância do tampão para sua visão;
  • tampões coloridos ou com desenhos de personagens favoritos transformam o acessório em algo divertido. Escolher modelos que agradem à criança ajuda a tornar o uso mais regular e positivo;
  • no início do tratamento, colocar o tampão com a criança dormindo, antes dela acordar, pode facilitar a adaptação, pois evita o momento de resistência inicial;
  • pais e familiares podem usar tampões por solidariedade no início do tratamento, incentivando a criança de forma lúdica.

O tratamento com tampão de olho, independentemente do motivo, deve ser realizado conforme orientação do oftalmologista pediátrico. Essa abordagem pode ser combinada com outras terapias buscando resultados mais efetivos.

A frequência de uso do tampão vai sendo reduzida conforme haja melhora na acuidade visual da criança, por isso, o acompanhamento oftalmológico regular é indispensável.

Referências:

Foto de Dra. Vivian Onoda Tomikawa
Dra. Vivian Onoda Tomikawa

18 anos de experiência adquiridos em centros de excelência como Hospital das Clínicas, Hospital São Luiz e Maternidade Star – Rede D´Or.
Formada na Medicina da USP, com residência em oftalmologia pelo Hospital das Clínicas-USP.
Oftalmologista do Hospital das Clínicas-USP, Hospital São Luiz e Maternidade São Luiz-Star.
Palestrante no Congresso de Oftalmologia da USP (2018, 2019 e 2022), um dos mais renomados do país
Membro do Centro Brasileiro de Estrabismo

Conheça a Dra.

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